terça-feira, 25 de maio de 2010

Alegrias que ficam...

Em 21 de maio de 2010 19:12, Juliana Caldas escreveu:




Queridos,



foi muito linda, poética e emocionante nossa apresentação de hoje!



Gostaria de agradecer a todos pelo comprometimento, confiança, carinho e inspiração em todo esse experimento....



Ver ali, na cena final, a voz de cada um de nós impressa na luz, no som, no cenário, no texto, nos movimentos e ritmos foi incrível e inesquecível.



Acho que a vida é feita de retalhos, de passagens, de acasos e também de encontros, e esse nosso encontro foi MÁGICO!



Só evoco aos céus, que nossos caminhos estejam sempre abertos, e sejam iluminados e inspirados pelo suspiro da vida de todo dia e pela sutileza poética e dialética dos relacionamentos humanos, essenciais.



Um grande beijo em cada um de vocês, com amor e gratidão infinita, Juliana.





Juliana Caldas

ensaio geral 20/05

Por Otávio Azevedo
domingo, 9 de maio de 2010

Cereja do Dia

"Estou mergulhada num sonho neste momento, será que não percebe?"

(Duniacha,página 62 - Tradução de Millôr Fernandes/ LPM Pocket)

Ensaio no teatro 08/05

 
(experimentando a goteira)
Por Otávio Azevedo.
sexta-feira, 7 de maio de 2010

Cordeiro da nanã, que sempre cantamos

http://www.youtube.com/watch?v=TwdWjx2tYH8

Via Thaís Vidal

Cereja do Dia

"Quem sabe? O que quer dizer morrer? Talvez o homem tenha cem sentidos e ,quando morrem os cinco que nós conhecemos, 95 comecem a viver."

(Trofímov, página 45 -Tradução de Millôr Fernandes LPM Pocket)

Judi Dench "The cherry orchard"

Tem um vídeo bem legal da primeira parte do filme da Judi Dench "The cherry orchard" que é justamente a parte que estamos trabalhando. Tá em inglês, mas dá pra entender porque o texto é praticamente o mesmo da peça. Acho legal como referência.

  http://www.youtube.com/watch?v=eeFMWSbincc


Via Thaís Vidal

Atmosfera do Realismo Fantástico (ou Maravilhoso; ou Mágico)

A foto traz uma coisa que eu sinto sobre a atmosfera e o texto traz um questionamento interessante sobre o realismo a realidade e que tipo de realismo nós queremos fazer. 

O “Realismo fantástico”, ou “Realismo maravilhoso”, ou ainda “Realismo mágico”, é uma corrente literária surgida no início do século XX, e que tem forte presença na literatura, principalmente na latino-americana.


 
Uma grande característica, dizem os teóricos, é a de, com determinado cuidado estético, o autor envolver na obra fatos reais e imaginários, verdade e sonho, com distorções de tempo e de espaço, fazendo com que a história adquira uma vibração própria, característica. Trabalha-se a exploração dos sentidos, especialmente aqueles que não têm explicação clara (superstição, crenças populares…), além de se incutir certa crítica social, mostrando que ‘há mais coisas do que simplesmente o que se vê’ (lembre-se do contexto das ditaduras americanas, bem como o florescimento do ideal revolucionário no mundo, subseqüente à experiência cubana)…


Grandes nomes do gênero são Gabriel García Márquez (1927-), colombiano, Julio Cortázar (1914-1984) e Jorge Luis Borges (1899-1986), argentinos.





Borges, García Márquez, Cortázar...



Bem… por que vem à tona um post desses? Na verdade, não sei… Li, por esses dias – por causa da faculdade – “The curious case of Benjamin Button”, de F. Scott Fitzgerald (detalhe: não vi o filme, e li o conto em inglês), que encerra um pouco do ‘maravilhoso’ mencionado acima. Ficou-me a sensação de certo incômodo, um desconforto… como havia tido ao ler A hora dos ruminantes, do José J. Veiga, há alguns anos. E Incidente em Antares (lembrou-me ontem o Denis), do Érico Veríssimo…

Qual a explicação? Esse fator sobrenatural, absurdo, tão adverso à realidade ‘lógica’, ‘racional’ e física do homem do novo milênio, poderia de alguma forma ser absorvido como “normal”, ser assimilado por mim, por nós, caso ocorresse?

Se é que não ocorre…

Quão longe estamos do onírico? Ou.. quão perto? Acho que é isso que incomoda. E não sou, de fato, um racionalista, ou um agnóstico, por assim dizer, para ter alguma resistência a essa questão. Só que…


Via Juliana Caldas

O Branco

Olá pessoal! Eis que falaremos da cor absoluta, que não possui outras variações a não ser aquelas que vão do fosco ao brilhante: o Branco, que significa ausência ou soma das cores.

Assim como o preto, sua contra-cor, o branco pode situar-se nas duas extremidades da gama cromática. Muitas vezes se coloca no início e, outras vezes no fim, no término da vida diurna. É vibrante e estimulante por ser a união de todas as cores. Produz troca de energia e capta bem a energia solar. Favorece a clareza, é a cor da verdade.
O branco é a cor da candidatura, de quem vai mudar de condição ou a condição de outros.


Na coloração dos pontos cardeais é natural. Não se estranha que a maioria dos povos tenha feito do branco a cor do Este e Oeste, dos dois pontos extremos e misteriosos onde o Sol, astro do pensamento diurno, nasce e morre todos os dias.


Em ambos os casos o branco é o valor-limite, assim como as duas extremidades da linha infinita do horizonte.




É a cor da passagem, no sentido a que nos referimos ao falar dos rituais de passagem: e é justamente a cor privilegiada desses rituais, através dos quais se operam as mutações do ser, segundo o esquema clássico de toda iniciação: morte e renascimento.



O branco do Oeste e o branco fosco da morte, que absorve o ser e o introduz ao mundo lunar, frio, fêmea. Conduz à ausência, ao vazio, ao desaparecimento da consciência (sempre bem representado no cinema quando em pensamento ou memória - flashes com branco ou imagem embranquecida) e das cores diurnas.



Todo simbolismo da cor branca, e de seus usos rituais, decorre da observação da natureza, a partir da qual todas as culturas edificaram seus sistemas filosóficos e religiosos.



O pintor Kandinsk, para quem o problema das cores ultrapassavam e muito o problema da estética, exprimiu-se sobre esse tema:



O branco, que muitas vezes se considera como uma não-cor... é como o símbolo de um mundo onde todas as cores, em sua qualidade de propriedades de substâncias materiais, se tenham desvanecido... O branco produz sobre nossa alma o mesmo efeito do silêncio absoluto... Esse silêncio não está morto, pois transborda de possibilidades vivas. É um nada, pleno de alegria juvenil, ou melhor, um nada anterior a todo nascimento, anterior a todo começo. A terra, branca e fria, talvez tenha soado assim nos tempos da era glaciária. Seria impossível descrever melhor, sem dizer-lhe o nome, a alvorada.
Em todo pensamento simbólico, a morte precede a vida, pois todo nascimento é um renascimento. Por isso, o branco é primitivamente a cor da morte e do luto. E isso ainda ocorre em todo o Oriente, tal como ocorreu, durante muito tempo, na Europa e em especial, na corte dos reis da França.
Sob seu aspecto nefasto, o branco se contrapõe ao vermelho: é a cor do vampiro a buscar, precisamente, o sangue - condição do mundo diurno - que se retirou. É a cor da mortalha, de todos os espectros, de todas as aparições. O primeiro homem branco a aparecer entre os bandos do sul dos Camarões teria sido chamado de o fantasma-albino.



O branco é a cor dos primeiros passos da alma, antes do alçar vôo dos guerreiros sacrificados. Por essa mesma razão, todos os deuses do Panteão Asteca, cujo mito celebra um sacrifício seguido de renascimento, usavam ornamentos brancos.


Vestiam-se os condenados com uma camisa branca, significativa de submissão e de disponibilidade, esta é uma prática ainda encontrada nos dias de hoje.



Igual significado tem também a vestimenta branca dos comungantes e a da noiva ao dirigir-se ao encontro de seu parceiro.



Costumava-se chamar, erradamente, essa roupa de vestido de noiva ou de casamento. É o vestido daquela que se dirige para o casamento.



Uma vez realizado esse casamento, o branco cederá lugar ao vermelho, assim como a manifestação do despertar do dia, sobre o pano de fundo da alvorada fosca e neutra como um lençol, será constituída pela aparição de Vênus, a vermelha. Mais tarde seria a menção à núpcias do dia.

É a cor da pureza, é passiva e limpa, desprovida de qualquer tipo de influência sendo assim extremamente neutra, mostrando apenas que nada foi realizado ainda. É o sentido da origem da brancura virginal e a razão para que no ritual cristão, as crianças sejam enterradas debaixo de um sudário branco ornado de flores brancas.


A valorização positiva que se dá ao branco pode estar ligada ao fenômeno iniciático. É o atributo que se dá a quem se renasce, ao recomeço ou a vitória. Isso pode explicar o fato de se iniciar cada ano com vestimentas brancas.
Outro exemplo dessa valorização positiva é a toga viril, símbolo de afirmação, de responsabilidade assumida, de poderes reconhecidos, de renascimento realizado, de consagração. Nos primeiros tempos de cristianismo, o batismo, que é ritual iniciático, chamava-se a Iluminação e era após ter pronunciado seus votos que o novo cristão, nascido para a verdadeira vida, veste uma resplandecente toga branca.



O branco é cor essencial da sabedoria, vinda das origens do homem; o vermelho é a cor do ser, mesclado às obscuridades do mundo e prisioneiro de seus entraves; tal é o homem sobre a terra, arcanjo purpurado.



No budismo Japonês, a auréola branca e o lótus branco estão associados ao gesto de punho do conhecimento do grande iluminador Buda, em contraposição ao vermelho e ao gesto de concentração.



O branco, cor iniciadora, passa a cor da revelação da graça, da transfiguração que deslumbra e desperta o entendimento, ao mesmo tempo em que o ultrapassa: é a cor da teofania (manifestação de Deus), cujo vestígio permanecerá ao redor da cabeça de todos aqueles que tenham conhecido Deus, sob a forma de uma auréola de luz que é exatamente a soma das cores.


Os dentes brancos são símbolos de inteligência e sabedoria, pode se relacionar sempre a riqueza de conhecimento.



Isso pode explicar a grande associação dessas duas cores na bandeira do Vaticano, através da qual acaba a se afirmar na terra o reino do Deus cristão.




O branco traz leveza, o espaço, a liberdade, o vazio, a frieza, a verdade, a ausência, a limpeza, o infinito, a luz... a sabedoria, a inteligência, a divindade, o bem, o recomeço...



Material de consulta: Dictionnaire Des Symboles - Livro Francês traduzido por Vera da Costa, Raul de Sá, Angela Merlim e Lúcia Merlim.



http://imasters.uol.com.br/artigo/3471/teoria/o_branco/

Autor: Wellington Carrion


Via Juliana Caldas

Notícias nossas no site da escola...

GRUPO 1 DO EXPERIMENTO: O ERRO, O ACERTO E O CEREJAl
O Grupo 1 da etapa Experimento dos Cursos Regulares da SP Escola de Teatro ficou encarregado de montar uma cena de 15 minutos do espetáculo “O Cerejal”, de Anton Tchekhov. Composto por aprendizes de Direção, Dramaturgia, Cenografia e Figurino, Técnicas de Palco, Sonoplastia, Iluminação e Atuação, a equipe é uma das quatro que trabalham com cenas dramáticas. Os outros quatro grupos são responsáveis por peças cômicas.

A discussão seguiu calorosa durante toda a manhã de quarta-feira, 5 de Maio. Antonia Matos, Sandra Storino e Juliana Caldas, aprendizes de Direção, trouxeram as investigações que realizaram em conversas com os colegas das outras turmas e pesquisas pessoais.

Todos os alunos trabalham em conjunto com a orientação de um observador, formado por um profissional da Escola. Na sonoplastia, pensam em instrumentos tribais, como cabaça e djembê para fortalecer a atmosfera da história. A cenografia será composta de portas, janelas, além de terra e água. O figurino será basicamente branco, destacando a ideia do estado de lembrança e memória em que as personagens vivem.

A dramaturgia só será fechada a partir da disposição das falas dos atores dentro da sala de ensaio. “A montagem ainda será realista, mas não a do século XIX e, sim, uma visão nossa em cima dessa linguagem”, disse Matos.

Cada grupo recebeu R$ 300 reais da Instituição para fazer a produção das cenas. Os aprendizes de Cenografia e Figurino foram bater perna no Brás em busca de tecidos e outros materiais para construir os elementos necessários.

Toda criação é livre. A observadora, que no Grupo 1 é Cris Zuan Esteves, formadora do curso de Atuação, só interrompe o processo em momentos específicos para pontuar ações e esclarecer dúvidas do trabalho.

Todos estavam entusiasmados com a liberdade de criação, com o desenvolvimento do trabalho e com o aprendizado que vai se estruturando na prática. “Agora, vamos voltar para as nossas pesquisas. O que surgir, precisamos testar em cena. Nos interessa o erro e o acerto, mas precisamos testar”, conclui a aprendizes de Direção Antonia Matos.

A apresentação final do processo é entre os dias 21 e 22 de Maio, no Teatro Aliança Francesa, Centro de São Paulo.

(Texto e Fotos do Lucas)

 http://www.spescoladeteatro.org.br/noticias/147.php

terça-feira, 25 de maio de 2010

Alegrias que ficam...

Em 21 de maio de 2010 19:12, Juliana Caldas escreveu:




Queridos,



foi muito linda, poética e emocionante nossa apresentação de hoje!



Gostaria de agradecer a todos pelo comprometimento, confiança, carinho e inspiração em todo esse experimento....



Ver ali, na cena final, a voz de cada um de nós impressa na luz, no som, no cenário, no texto, nos movimentos e ritmos foi incrível e inesquecível.



Acho que a vida é feita de retalhos, de passagens, de acasos e também de encontros, e esse nosso encontro foi MÁGICO!



Só evoco aos céus, que nossos caminhos estejam sempre abertos, e sejam iluminados e inspirados pelo suspiro da vida de todo dia e pela sutileza poética e dialética dos relacionamentos humanos, essenciais.



Um grande beijo em cada um de vocês, com amor e gratidão infinita, Juliana.





Juliana Caldas

ensaio geral 20/05

Por Otávio Azevedo

domingo, 9 de maio de 2010

Cereja do Dia

"Estou mergulhada num sonho neste momento, será que não percebe?"

(Duniacha,página 62 - Tradução de Millôr Fernandes/ LPM Pocket)

Ensaio no teatro 08/05

 
(experimentando a goteira)
Por Otávio Azevedo.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Cordeiro da nanã, que sempre cantamos

http://www.youtube.com/watch?v=TwdWjx2tYH8

Via Thaís Vidal

Cereja do Dia

"Quem sabe? O que quer dizer morrer? Talvez o homem tenha cem sentidos e ,quando morrem os cinco que nós conhecemos, 95 comecem a viver."

(Trofímov, página 45 -Tradução de Millôr Fernandes LPM Pocket)

Judi Dench "The cherry orchard"

Tem um vídeo bem legal da primeira parte do filme da Judi Dench "The cherry orchard" que é justamente a parte que estamos trabalhando. Tá em inglês, mas dá pra entender porque o texto é praticamente o mesmo da peça. Acho legal como referência.

  http://www.youtube.com/watch?v=eeFMWSbincc


Via Thaís Vidal

Atmosfera do Realismo Fantástico (ou Maravilhoso; ou Mágico)

A foto traz uma coisa que eu sinto sobre a atmosfera e o texto traz um questionamento interessante sobre o realismo a realidade e que tipo de realismo nós queremos fazer. 

O “Realismo fantástico”, ou “Realismo maravilhoso”, ou ainda “Realismo mágico”, é uma corrente literária surgida no início do século XX, e que tem forte presença na literatura, principalmente na latino-americana.


 
Uma grande característica, dizem os teóricos, é a de, com determinado cuidado estético, o autor envolver na obra fatos reais e imaginários, verdade e sonho, com distorções de tempo e de espaço, fazendo com que a história adquira uma vibração própria, característica. Trabalha-se a exploração dos sentidos, especialmente aqueles que não têm explicação clara (superstição, crenças populares…), além de se incutir certa crítica social, mostrando que ‘há mais coisas do que simplesmente o que se vê’ (lembre-se do contexto das ditaduras americanas, bem como o florescimento do ideal revolucionário no mundo, subseqüente à experiência cubana)…


Grandes nomes do gênero são Gabriel García Márquez (1927-), colombiano, Julio Cortázar (1914-1984) e Jorge Luis Borges (1899-1986), argentinos.





Borges, García Márquez, Cortázar...



Bem… por que vem à tona um post desses? Na verdade, não sei… Li, por esses dias – por causa da faculdade – “The curious case of Benjamin Button”, de F. Scott Fitzgerald (detalhe: não vi o filme, e li o conto em inglês), que encerra um pouco do ‘maravilhoso’ mencionado acima. Ficou-me a sensação de certo incômodo, um desconforto… como havia tido ao ler A hora dos ruminantes, do José J. Veiga, há alguns anos. E Incidente em Antares (lembrou-me ontem o Denis), do Érico Veríssimo…

Qual a explicação? Esse fator sobrenatural, absurdo, tão adverso à realidade ‘lógica’, ‘racional’ e física do homem do novo milênio, poderia de alguma forma ser absorvido como “normal”, ser assimilado por mim, por nós, caso ocorresse?

Se é que não ocorre…

Quão longe estamos do onírico? Ou.. quão perto? Acho que é isso que incomoda. E não sou, de fato, um racionalista, ou um agnóstico, por assim dizer, para ter alguma resistência a essa questão. Só que…


Via Juliana Caldas

O Branco

Olá pessoal! Eis que falaremos da cor absoluta, que não possui outras variações a não ser aquelas que vão do fosco ao brilhante: o Branco, que significa ausência ou soma das cores.

Assim como o preto, sua contra-cor, o branco pode situar-se nas duas extremidades da gama cromática. Muitas vezes se coloca no início e, outras vezes no fim, no término da vida diurna. É vibrante e estimulante por ser a união de todas as cores. Produz troca de energia e capta bem a energia solar. Favorece a clareza, é a cor da verdade.
O branco é a cor da candidatura, de quem vai mudar de condição ou a condição de outros.


Na coloração dos pontos cardeais é natural. Não se estranha que a maioria dos povos tenha feito do branco a cor do Este e Oeste, dos dois pontos extremos e misteriosos onde o Sol, astro do pensamento diurno, nasce e morre todos os dias.


Em ambos os casos o branco é o valor-limite, assim como as duas extremidades da linha infinita do horizonte.




É a cor da passagem, no sentido a que nos referimos ao falar dos rituais de passagem: e é justamente a cor privilegiada desses rituais, através dos quais se operam as mutações do ser, segundo o esquema clássico de toda iniciação: morte e renascimento.



O branco do Oeste e o branco fosco da morte, que absorve o ser e o introduz ao mundo lunar, frio, fêmea. Conduz à ausência, ao vazio, ao desaparecimento da consciência (sempre bem representado no cinema quando em pensamento ou memória - flashes com branco ou imagem embranquecida) e das cores diurnas.



Todo simbolismo da cor branca, e de seus usos rituais, decorre da observação da natureza, a partir da qual todas as culturas edificaram seus sistemas filosóficos e religiosos.



O pintor Kandinsk, para quem o problema das cores ultrapassavam e muito o problema da estética, exprimiu-se sobre esse tema:



O branco, que muitas vezes se considera como uma não-cor... é como o símbolo de um mundo onde todas as cores, em sua qualidade de propriedades de substâncias materiais, se tenham desvanecido... O branco produz sobre nossa alma o mesmo efeito do silêncio absoluto... Esse silêncio não está morto, pois transborda de possibilidades vivas. É um nada, pleno de alegria juvenil, ou melhor, um nada anterior a todo nascimento, anterior a todo começo. A terra, branca e fria, talvez tenha soado assim nos tempos da era glaciária. Seria impossível descrever melhor, sem dizer-lhe o nome, a alvorada.
Em todo pensamento simbólico, a morte precede a vida, pois todo nascimento é um renascimento. Por isso, o branco é primitivamente a cor da morte e do luto. E isso ainda ocorre em todo o Oriente, tal como ocorreu, durante muito tempo, na Europa e em especial, na corte dos reis da França.
Sob seu aspecto nefasto, o branco se contrapõe ao vermelho: é a cor do vampiro a buscar, precisamente, o sangue - condição do mundo diurno - que se retirou. É a cor da mortalha, de todos os espectros, de todas as aparições. O primeiro homem branco a aparecer entre os bandos do sul dos Camarões teria sido chamado de o fantasma-albino.



O branco é a cor dos primeiros passos da alma, antes do alçar vôo dos guerreiros sacrificados. Por essa mesma razão, todos os deuses do Panteão Asteca, cujo mito celebra um sacrifício seguido de renascimento, usavam ornamentos brancos.


Vestiam-se os condenados com uma camisa branca, significativa de submissão e de disponibilidade, esta é uma prática ainda encontrada nos dias de hoje.



Igual significado tem também a vestimenta branca dos comungantes e a da noiva ao dirigir-se ao encontro de seu parceiro.



Costumava-se chamar, erradamente, essa roupa de vestido de noiva ou de casamento. É o vestido daquela que se dirige para o casamento.



Uma vez realizado esse casamento, o branco cederá lugar ao vermelho, assim como a manifestação do despertar do dia, sobre o pano de fundo da alvorada fosca e neutra como um lençol, será constituída pela aparição de Vênus, a vermelha. Mais tarde seria a menção à núpcias do dia.

É a cor da pureza, é passiva e limpa, desprovida de qualquer tipo de influência sendo assim extremamente neutra, mostrando apenas que nada foi realizado ainda. É o sentido da origem da brancura virginal e a razão para que no ritual cristão, as crianças sejam enterradas debaixo de um sudário branco ornado de flores brancas.


A valorização positiva que se dá ao branco pode estar ligada ao fenômeno iniciático. É o atributo que se dá a quem se renasce, ao recomeço ou a vitória. Isso pode explicar o fato de se iniciar cada ano com vestimentas brancas.
Outro exemplo dessa valorização positiva é a toga viril, símbolo de afirmação, de responsabilidade assumida, de poderes reconhecidos, de renascimento realizado, de consagração. Nos primeiros tempos de cristianismo, o batismo, que é ritual iniciático, chamava-se a Iluminação e era após ter pronunciado seus votos que o novo cristão, nascido para a verdadeira vida, veste uma resplandecente toga branca.



O branco é cor essencial da sabedoria, vinda das origens do homem; o vermelho é a cor do ser, mesclado às obscuridades do mundo e prisioneiro de seus entraves; tal é o homem sobre a terra, arcanjo purpurado.



No budismo Japonês, a auréola branca e o lótus branco estão associados ao gesto de punho do conhecimento do grande iluminador Buda, em contraposição ao vermelho e ao gesto de concentração.



O branco, cor iniciadora, passa a cor da revelação da graça, da transfiguração que deslumbra e desperta o entendimento, ao mesmo tempo em que o ultrapassa: é a cor da teofania (manifestação de Deus), cujo vestígio permanecerá ao redor da cabeça de todos aqueles que tenham conhecido Deus, sob a forma de uma auréola de luz que é exatamente a soma das cores.


Os dentes brancos são símbolos de inteligência e sabedoria, pode se relacionar sempre a riqueza de conhecimento.



Isso pode explicar a grande associação dessas duas cores na bandeira do Vaticano, através da qual acaba a se afirmar na terra o reino do Deus cristão.




O branco traz leveza, o espaço, a liberdade, o vazio, a frieza, a verdade, a ausência, a limpeza, o infinito, a luz... a sabedoria, a inteligência, a divindade, o bem, o recomeço...



Material de consulta: Dictionnaire Des Symboles - Livro Francês traduzido por Vera da Costa, Raul de Sá, Angela Merlim e Lúcia Merlim.



http://imasters.uol.com.br/artigo/3471/teoria/o_branco/

Autor: Wellington Carrion


Via Juliana Caldas

Notícias nossas no site da escola...

GRUPO 1 DO EXPERIMENTO: O ERRO, O ACERTO E O CEREJAl
O Grupo 1 da etapa Experimento dos Cursos Regulares da SP Escola de Teatro ficou encarregado de montar uma cena de 15 minutos do espetáculo “O Cerejal”, de Anton Tchekhov. Composto por aprendizes de Direção, Dramaturgia, Cenografia e Figurino, Técnicas de Palco, Sonoplastia, Iluminação e Atuação, a equipe é uma das quatro que trabalham com cenas dramáticas. Os outros quatro grupos são responsáveis por peças cômicas.

A discussão seguiu calorosa durante toda a manhã de quarta-feira, 5 de Maio. Antonia Matos, Sandra Storino e Juliana Caldas, aprendizes de Direção, trouxeram as investigações que realizaram em conversas com os colegas das outras turmas e pesquisas pessoais.

Todos os alunos trabalham em conjunto com a orientação de um observador, formado por um profissional da Escola. Na sonoplastia, pensam em instrumentos tribais, como cabaça e djembê para fortalecer a atmosfera da história. A cenografia será composta de portas, janelas, além de terra e água. O figurino será basicamente branco, destacando a ideia do estado de lembrança e memória em que as personagens vivem.

A dramaturgia só será fechada a partir da disposição das falas dos atores dentro da sala de ensaio. “A montagem ainda será realista, mas não a do século XIX e, sim, uma visão nossa em cima dessa linguagem”, disse Matos.

Cada grupo recebeu R$ 300 reais da Instituição para fazer a produção das cenas. Os aprendizes de Cenografia e Figurino foram bater perna no Brás em busca de tecidos e outros materiais para construir os elementos necessários.

Toda criação é livre. A observadora, que no Grupo 1 é Cris Zuan Esteves, formadora do curso de Atuação, só interrompe o processo em momentos específicos para pontuar ações e esclarecer dúvidas do trabalho.

Todos estavam entusiasmados com a liberdade de criação, com o desenvolvimento do trabalho e com o aprendizado que vai se estruturando na prática. “Agora, vamos voltar para as nossas pesquisas. O que surgir, precisamos testar em cena. Nos interessa o erro e o acerto, mas precisamos testar”, conclui a aprendizes de Direção Antonia Matos.

A apresentação final do processo é entre os dias 21 e 22 de Maio, no Teatro Aliança Francesa, Centro de São Paulo.

(Texto e Fotos do Lucas)

 http://www.spescoladeteatro.org.br/noticias/147.php
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