A foto traz uma coisa que eu sinto sobre a atmosfera e o texto traz um questionamento interessante sobre o realismo a realidade e que tipo de realismo nós queremos fazer.
Uma grande característica, dizem os teóricos, é a de, com determinado cuidado estético, o autor envolver na obra fatos reais e imaginários, verdade e sonho, com distorções de tempo e de espaço, fazendo com que a história adquira uma vibração própria, característica. Trabalha-se a exploração dos sentidos, especialmente aqueles que não têm explicação clara (superstição, crenças populares…), além de se incutir certa crítica social, mostrando que ‘há mais coisas do que simplesmente o que se vê’ (lembre-se do contexto das ditaduras americanas, bem como o florescimento do ideal revolucionário no mundo, subseqüente à experiência cubana)…
Grandes nomes do gênero são Gabriel García Márquez (1927-), colombiano, Julio Cortázar (1914-1984) e Jorge Luis Borges (1899-1986), argentinos.
Borges, García Márquez, Cortázar...
Bem… por que vem à tona um post desses? Na verdade, não sei… Li, por esses dias – por causa da faculdade – “The curious case of Benjamin Button”, de F. Scott Fitzgerald (detalhe: não vi o filme, e li o conto em inglês), que encerra um pouco do ‘maravilhoso’ mencionado acima. Ficou-me a sensação de certo incômodo, um desconforto… como havia tido ao ler A hora dos ruminantes, do José J. Veiga, há alguns anos. E Incidente em Antares (lembrou-me ontem o Denis), do Érico Veríssimo…
Qual a explicação? Esse fator sobrenatural, absurdo, tão adverso à realidade ‘lógica’, ‘racional’ e física do homem do novo milênio, poderia de alguma forma ser absorvido como “normal”, ser assimilado por mim, por nós, caso ocorresse?
Se é que não ocorre…
Quão longe estamos do onírico? Ou.. quão perto? Acho que é isso que incomoda. E não sou, de fato, um racionalista, ou um agnóstico, por assim dizer, para ter alguma resistência a essa questão. Só que…
Via Juliana Caldas

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